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OS XUKURU-KARIRI

E AS ELITES: 

história, poder e conflito territorial em Palmeira dos Índios-AL (1979 - 2015)

LUAN MORAES DOS SANTOS

O objetivo desse trabalho é a análise das relações de dominação e inserção das elites político-latifundiárias e dos indígenas nas disputas de poder elencadas no processo de demarcação de terras, no município de Palmeira dos Índios - AL, entre os anos 1979 (ano de retomada da região da Mata da Cafurna) e 2015 (quando o MPF determinou a demarcação). O desenvolvimento de pesquisas no campo do indigenismo vem ganhado corpo nos últimos anos, ao menos as abordagens que consideram os índios como presentes nos dias atuais. Esta pesquisa leva em consideração as continuidades e rupturas da tradição indígena no processo histórico atual; contextualizando suas reinvindicações, necessidades de afirmação e reconhecimento face aos interesses das forças de oposição local e regional. Trata-se, portanto, de um trabalho relevante do ponto de vista historiográfico para se compreender as interfaces do desenvolvimento da história de Alagoas, uma vez que a presença de povos indígenas em todas as regiões do estado é premente, notando-se que convivemos com retomadas territoriais e as tensões políticas que perpassam a história oficial se fazem presentes ao observarmos que organização de movimentos indígenas desde a segunda metade do século XX, em oposição à coalizão de posseiros e grileiros dos territórios atualmente visados no processo de demarcação de terras na região em questão. Dispondo de um acervo composto por fontes primárias, como o acervo de Luiz Byron Torres que contém textos ainda não publicados e pouco conhecidos pelo público em geral, relatórios da FUNAI e entidades indigenistas; fotografias, diários de campo e entrevistas transcritas. Assim, utiliza-se uma metodologia de análise que dialogue com John Pocock (2003) no sentido de elucidar a linguagem da documentação e suas representações sociais face ao conteúdo dos atos políticos ali presentes. E, para traçar as redes de tesões sociais, assim como, as relações de poder que tangenciam práticas de dominação na disputa territorial, recorremos a Michel de Certeau (2011). Destarte, para entender os interesses das elites como forma de poder, parte-se de pressupostos teóricos indicados por Boaventura de Souza Santos (1999). Diante disso, para compreender as experiências de lutas dos povos indígenas como grupos coesos, organizados em torno de rituais e procedimentos, utiliza-se dos conceitos de tradição legados por Eric Hobsbawm (1998), assim como, a conceituação de comunidade imaginada em Benedict Anderson (2008). Com interesse muito próprio de ressignificar o processo histórico vivenciados pelos povos indígenas do Nordeste, estudamos sua (re)modelagem cultural, partindo da premissa da mistura e da reelaboração cultural defendida por João Pacheco de Oliveira (1998), bem como os indicativos de ressurgência elencadas por José Maurício Arruti (1999) e Siloé Amorim (2003). A dissertação em apreço que viabiliza reflexões com fulcro nas relações de poder político local que tangenciam estratégias de dominação, lutas e resistências entre indígenas e latifundiários/posseiros.

ISBN: 978-65-87192-12-3 

N° de Páginas: 176

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