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POVO XOKÓ:

Memória/identidade e Educação

VALÉRIA MARIA SANTANA OLIVEIRA

Esta obra se debruça sobre a memória/identidade, presente nas práticas educativas do povo indígena Xokó, habitante da Ilha de São Pedro, município de Porto da Folha, estado de Sergipe. Assim como no artesanato deste povo o barro é a matéria-prima para a produção das peças de cerâmica, nesta escrita, a memória é a matéria-prima para modelagem e remodelagem da identidade dos Xokó, que se consolida e se reelabora a partir de suas práticas educativas. Na trajetória de pesquisa e escrita aqui apresentada, o ponto de partida foi o seguinte questionamento: Como os Xokó se utilizam de práticas educativas para reinventar suas tradições e preservar sua memória/identidade? Conversar com essas pessoas, escutar suas histórias e partilhar de suas vivências em seu próprio território, proporcionou diversas percepções, entre elas a de que o povo Xokó construiu uma ponte entre o passado e o presente, por meio de seus rituais, celebrações e de sua educação escolar, que funcionam como agentes de transmissão de valores e normas, por meio da repetição. Além disso, a trajetória de expulsão/diáspora/reconquista de suas terras, plasmou nos Xokó uma identidade intercultural, que se faz presente em suas práticas educativas. Assim, são três os seus pilares culturais: a dança do Toré, o Ritual do Ouricuri e a Festa da Retomada, e duas são suas formas de práticas educativas: as do cotidiano e as escolares. Estas práticas podem ser compreendidas, pelas lentes da pedagogia decolonial, como táticas e metodologias de luta, rebeldia, organização e ação, que têm por objetivo resistir ao imperialismo ideológico sobre eles exercido, a partir do pensamento colonial que persiste até a atualidade.

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